PaZtores de mísseis

Obra comercializada diretamente com a Editora.
Email: rossyr@editoraalcance.com.br / (51) 98535-3970

Em breve disponível também em sites parceiros:
    
 

R$35,00

Disponível por encomenda

Disponível por encomenda

Calcular Frete
Forma de Envio Custo Estimado Entrega Estimada

Descrição

É sempre uma forma de surpresa a poesia. Há no ofício de poeta a busca de uma resposta, pois a poesia surge como colheita inserida na palavra cotidiana. E, de repente, tenho diante de mim mais um livro de poemas de Rossyr Berny com um surpreendente jogo de palavras no próprio título: PaZtores de mísseis. Não é apenas um jogo, embora haja muito de lúdico no fazer poético.

E, não contente, vou descrevendo para mim mesmo as palavras do título: “PAZ” como tranquilidade, concórdia, sossego, cessação de hostilidade, silêncio, descanso. Então vejo que esta palavra é como um grito dentro do título. “TORRE” como edifício alto e fortificado, como construção prismática insulada ou anexa e que serve para ter sinos ou comunicar sinais à distância; e também pode ser peça de jogo de xadrez. E “PASTORES” lembram os que guardam; os que guardam, são guardadores. “MÍSSIL” como algo próprio para ser arremessado, engenho munido de ogiva atômica, portador de caos.

Realmente o poeta Rossyr Berny quer buscar a paz como cessação imediata de hostilidades. E o poeta, através de seus poemas domados, está cansado de ser peça de jogo de xadrez, por isso com as palavras menos distraídas quer comunicar sinais portadores de silêncio, guardadores de valores que dão sentido à vida e à história.

Mas a realidade pré ou pós-míssil é concreta, palpável, possível. Por isso o poeta se interroga: “exílio é onde?”. Enquanto a poesia se torna dramaticamente alarmante, registra que o poeta é aquele que busca edens, porque “Somos estátuas famintas / batendo o cartão-ponto da sobrevivência”. Por quê? porque “traímos o amor / e vamos chorar no poema”. Cabe ao poeta tecer “o intecível próximo instante”, embora saiba que os “Moinhos mortos  / não geram abrigos ou abraços”, mas “Quem tece um filho / tece um míssil?”.

A mensagem do livro não é terminal, mas um alerta e uma constatação quase biográfica: “Amor // Um de nós / salvou o outro”. No fundo este livro de poemas – ágeis, enxutos, sem sobras, e ternos – é um cântico de amor possível. Tudo é possível quando o míssil for apenas uma palavra e não um objeto disparado. Tudo é possível quando ainda há lugar para a poesia e o poeta surge com a missão de ser profeta, anunciador de nova terra, de novo céu.

Antenado ao tempo atual, o poeta Rossyr Berny continua abordando uma temática seriamente existencial, nada gratuita, mas consequente, com a energia de suas imagens e a força de uma dicção cheia de coragem e desassombro.

Há na poesia de Rossyr Berny um faro instintivo de quem se fez testemunha de uma época.

Padre Oscar Bertholdo

Informação adicional

Peso 2 kg
Dimensões 14 × 1 × 21 cm