Descrição
PALAVRAS DA AUTORA
Este livro foi feito com muito amor para você. Em cada página espero que encontre palavras de esperança, e que se en- caixem em seu coração.
Caminhando na beira da praia, encontrei uma pequena concha. Apanhei-a e a devolvi para o mar. Este gesto me fez pensar como usamos nossas mãos. Eis algumas maneiras:
Mãos que se encontram para aplaudir, mas também para vaiar;
Que nos ajudam a nascer, mas também carregam nosso caixão quando desencarnamos;
Que nos salvam em uma cirurgia, mas também nos fe- rem através de uma punhalada;
Que nos jogam beijos de amor, mas também pedras de desprezo;
Que manipulam em laboratórios as mais finas essências para transformá-las em perfumes que marcam a nossa presen- ça quando passamos, mas também separam as drogas em ambi- entes escuros e sujos para que depois nossos filhos, irmãos, parentes e amigos, fazendo uso, transformem-se em fantoches e busquem a morte com mais rapidez;
Que acariciam um rosto amado, mas também esbofeteiam; Que enxugam carinhosamente a lágrima de um amigo,
mas também fazem gestos dizendo que nada têm a ver com a dor de seu semelhante;
Que acenam quando um amigo parte para uma viagem como se dissessem: “sempre estarei aqui”, mas também po- dem fazer um gesto significando: “vá embora e me esqueça”;
Que guiam um carro levando pessoas para passear, mas também podem guiar um tanque de guerra e destruir muitas vidas e muitos sonhos;
Que manipulam substâncias buscando a cura de uma do- ença grave, mas também puxam o gatilho de um revólver ou jogam uma granada;
Os surdos usam as mãos para se comunicar.
Mãos de amigos que se unem num encontro manifes- tando prazer do reencontro, mas também demonstrando a tris- teza da despedida;
Estes são alguns dos usos de nossas mãos, mas existem milhares de outras utilidades e significados e tenho certeza que cada um de vocês lembrará de outros tantos.
Procurem usá-las sempre de maneira positiva porque, para tudo o que fazemos, recebemos o retorno na mesma mo- eda no mínimo em dobro.